Nos primeiros 90 minutos da final diante do Corinthians, na última quarta-feira, o Palmeiras deu um passo atrás (ou muitos passos atrás dentro de campo) para tentar sair campeão no sábado, no saldo, às 16h30, na arena alviverde.
O jogo de ida, em Itaquera, terminou com um 0 a 0 bem mais feio do que de costume, mais brigado, mas dentro do planejado por Vanderlei Luxemburgo.
– O campeonato termina sábado. Tem que ter muito discernimento, expondo a equipe, mas não ficando vulnerável – justificou o técnico.
A mudança começou pela escalação. Ele sacou o atacante Willian – artilheiro do time na temporada, mas que vinha de uma atuação muito ruim na semifinal – e colocou Zé Rafael, um meia que prende mais o jogo e, apesar de mais lento, compõe melhor na marcação.
Luxemburgo não falou com todas as letras, mas a entrada de Zé Rafael no time teve como objetivo também não dar sossego a Fagner, como ficou claro logo no primeiro encontrão dado no também sempre viril lateral-direito do Corinthians, ainda no comecinho do jogo.
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No primeiro tempo, geralmente apenas Luiz Adriano cercava a saída de bola rival — Foto: Reprodução
Até a metade do primeiro tempo, o Palmeiras sentiu o jogo, se postou a “meia quadra” e deixou a bola com a equipe da casa. Só apertava quando o jogo passava para o ataque. Mas foi jogando assim, em dois momentos de desatenção de sua até então bem postada defesa, que Luxemburgo levou dois sustos.
Foi nesse intervalo que o goleiro Weverton fez as duas grandes defesas do jogo, uma em finalização à queima-roupa de Ramiro, e outra, até mais difícil, num forte chute de Mateus Vital, da entrada da área, aos 30 minutos.
Mais espaço, menos chutões
A partir daí, também porque o Corinthians passou a oferecer mais espaços, o Palmeiras cresceu. Até então, além de dar campo, o time apostava basicamente em ligações diretas da defesa – desfalcada do capitão Felipe Melo – para o atacante Rony, escalado pelo lado direito. Se não funcionasse de primeira, a briga era pela segunda bola.
A melhora foi mais evidente no segundo tempo, depois das substituições, e com uma marcação mais alta desde o apito inicial. Mas, como disse o garoto Patrick de Paula na saída de campo, num clichê que se fez verdadeiro, o Palmeiras errou muito “no último passe”, nas escolhas no último terço do campo.
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No segundo tempo, Palmeiras voltou com marcação mais alta desde o início — Foto: Reprodução
De bom, além de não ter sido derrotado – diferentemente do que ocorreu no Dérbi da fase de classificação, quando tentou propor mais o jogo –, o Palmeiras deu uma resposta ao torcedor que cobrava mais doação neste clássico.
Isso, de fato, não faltou. Exceção talvez ao atacante Luiz Adriano, disperso e que saiu no intervalo, o time ganhou a maioria das divididas, um recado que a diretoria havia dado no começo da semana e que foi repetido por Luxemburgo o tempo todo.
Não foi o Palmeiras dos últimos jogos, que criou bastante e falhou na hora de finalizar. Desta vez, o futebol foi mais brigado, de mais chutões, principalmente na primeira etapa. Mas, como disse Luxemburgo, o campeonato não terminou. A decisão é sábado.