O que vale mais no mercado? Uma camisa azul, vermelha e branca, com duas estrelas douradas acima do escudo, ou uma extravagante blusa com listras vermelhas, amarelas e verdes? Tanto faz. Porém, no campo, certamente a do Bahia se impõe mais do que a do Sampaio Corrêa.
Essa história de a camisa pesar ou não pode ser interpretada como uma metáfora pertinente ou como um clichê vazio. Mas o fato é que dificilmente o Esquadrão dá mole quando encontra pela frente um time em patamar inferior. É essa supremacia que o time defende a partir desta quarta-feira, 4, às 21h45, em São Luís (MA), no primeiro dos dois jogos da decisão da Copa do Nordeste.
Atual 15º colocado da Série B do Brasileiro, o Sampaio Corrêa vê de baixo o Bahia sofrer na Primeira Divisão nacional, em 17º, dentro da zona de rebaixamento. Desde a derrota na decisão estadual de 1963, frente ao Fluminense de Feira, o Tricolor de Aço se viu na mesma situação, sempre pelo Campeonato Baiano, em outras dez ocasiões, e em todas terminou com o troféu nas mãos – confira a lista das finais no quadro abaixo.
O time se deu bem contra pequenos como Itabuna, Atlético de Alagoinhas, Leônico, Galícia, Catuense e Juazeiro. Mas também diante do Vitória, em 2012 (quando estava na elite e o arquirrival na Série B) e 1971 (ano em que o Leão não jogou o Brasileiro).
Já em situação oposta, com o Rubro-Negro em melhor condição no Nacional, o Esquadrão conseguiu comemorar no Baianão de 1998.
Nada de ‘já ganhou’
Apesar do inevitável favoritismo, o grupo do Bahia faz de tudo para rechaçar o clima de ‘já ganhou’. Foi assim na entrevista do lateral-esquerdo Léo, que citou as zebras da Copa do Mundo para fundamentar sua teoria. “Se você olhar a Copa, vê seleções de alto nível tendo dificuldade pra ganhar. Hoje em dia não tem mais esse negócio de camisa. Tem que se impor. É lá dentro de campo que vai se decidir o campeão da Copa do Nordeste. A Copa do Mundo é uma competição de alto nível, com seleções como França e Argentina tendo dificuldade. O futebol está cada vez mais equilibrado. Não pode achar que ‘ah, o Bahia tem camisa maior que o Sampaio, então vai vencer, é o favorito’”, discursou.
Quanto às qualidades do adversário, o jogador comentou sobre a raça dos atletas da Bolívia Querida: “É uma equipe aguerrida, compacta, que briga muito. A gente tem que entrar ligado nesse jogo”.
Ex-Bahia, o meia-atacante João Paulo Penha, agora no Sampaio, sabe da dificuldade que seu time vai enfrentar. Por isso, decretou: “Precisamos entrar em campo com atenção máxima, concentrados, e fazer um jogo de pouco erro, porque o Bahia é um adversário muito difícil. Temos que entrar ligados e tentar aproveitar as chances que tivermos”.
O técnico Enderson Moreira tem problemas para escalar o Esquadrão. No centro do ataque, com Kayke machucado, Elber pode ser mantido no setor. No entanto, recuperado de lesão, Júnior Brumado tem chance de reaparecer como titular. No meio-campo, o contundido Elton deve dar lugar a Edson.
Finais contra times de divisões inferiores
Baiano 2015 l Campeão
Bahia (Série B)
V. Conquista (sem série)
Baiano 2012 l Campeão
Bahia (Série A)
Vitória (Série B)
Baiano 2001 l Campeão
Bahia (Série A)
Juazeiro (sem série)
Baiano 1987 l Campeão
Bahia (1ª divisão)
Catuense (sem divisão)
Baiano 1983 l Campeão
Bahia (1ª divisão)
Catuense (sem divisão)
Baiano 1982 l Campeão
Bahia (1ª divisão)
Galícia (sem divisão)
Baiano 1978 l Campeão
Bahia (1ª divisão)
Leônico (sem divisão)
Baiano 1973 l Campeão
Bahia (1ª divisão)
Atlético (sem divisão)
Baiano 1971 l Campeão
Bahia (1ª divisão)
Vitória (sem divisão)
Baiano 1970 l Campeão
Bahia (Robertão)
Itabuna (sem divisão)
Baiano 1963 l Vice
Bahia (Taça Brasil)
Fluminense de Feira (sem divisão)