Preso em 2010 e depois condenado a 22 anos e 3 meses de reclusão pelo assassinato e ocultação de cadáver de Eliza Samúdio e por sequestro e cárcere privado do filho Bruninho, o goleiro Bruno Fernandes voltou ao futebol após praticamente sete anos longe dos gramados.
O atleta de 32 anos contratado pelo Boa Esporte foi titular no empate em 1 a 1 com o Uberaba, neste sábado, no estádio Melão, em Varginha, pelo Módulo 2 do Campeonato Mineiro. Ele ganhou a chance do técnico Julinho Camargo somente 25 dias após ser oficialmente apresentado, acompanhar a fuga de quase todos os patrocinadores do clube e retomar a rotina de treinos.
O volante Jean Henrique abriu o placar aos 23 minutos do primeiro tempo. Bruno comemorou de forma discreta e ergueu os dedos para o céu. Na volta do intervalo, aos oito, ele cometeu pênalti e levou cartão amarelo. Bruno Henrique o deslocou na cobrança e deixou tudo igual.
Ao contrário do que se esperava, nada de protestos no retorno do arqueiro.
Ele chegou para o jogo sentado na penúltima fileira do ônibus do Boa Esporte.
Um esquema de segurança especial foi montado pelo clube para impedir que qualquer jogador concedesse entrevista e também na saída do vestiário.

Bruno teve o seu nome gritado pelos torcedores e foi alvo de aplausos na entrada no gramado acompanhado de quatro crianças, uma delas em seu colo e outras três o acompanhando.
Entre outros detalhes, chamou ainda a atenção a presença de diversas pessoas com a camisa do Flamengo, seu ex-time, no Melão. Ele defendeu o rubro-negro carioca entre 2006 e 2010.
O camisa 1 foi praticamente um espectador nos 45 minutos iniciais. Ele foi testado somente aos 41 minutos do primeiro tempo, em cruzamento na área. Na descida para o vestiário, parte da torcida chegou a ensaiar o grito “é o melhor goleiro do Brasil”.
Além do pênalti cometido, o segundo tempo foi mais agitado para os 1.772 mil torcedores que compareceram ao estádio.
O Boa Esporte vola a campo contra o Patrocinense, na próxima quarta-feira.