A Copa das Confederações da Rússia já fleta com o fracasso.
Com início marcado para 17 de junho, a competição sofre no momento com o desprezo das seleções, que devem mandar “times B” para o torneio, do público, que não está comprando ingressos, e das TVs, que não demonstram interesse nos direitos de TV.
Isso é praticamente uma represália ao fato da equipe ser “obrigada” a participar do certame como atual campeã da Copa do Mundo, mesmo contra sua vontade.
Em novembro do ano passado, o presidente da DFB (Federação de Futebol da Alemanha), Reinhard Grindel, disse ser favorável à abolição da Copa das Confederações, como forma de desinchar o calendário internacional. Ele ainda chamou o torneio de “obsoleto”.
As outras seleções ainda não divulgaram seus selecionados, mas a imprensa internacional se mostra reticente quanto à participação de vários craques na Copa das Confederações.
Na Espanha, por exemplo, os jornais de Madri colocam em dúvida a participação de Cristiano Ronaldo no torneio, já que ele poderia optar por descansar depois de uma estafante temporada com o Real Madrid, que disputa ponto a ponto o título do Campeonato Espanhol e chegou à final da Uefa Champions League.
CR7, por sua vez, ainda não deu sua posição se irá jogar. A última vez que tocou no assunto do torneio foi em janeiro, quando disse que seria “um sonho” conquistar o título inédito na Rússia.
“Será a primeira vez que Portugal irá disputar a Copa das Confederações. Será lindo participar, e é algo que entrará em nossos currículos”, disse o herói do título lusitano na Eurocopa 2016, em um evento oficial da Fifa, em janeiro.
“Obviamente é nosso sonho vencer, mas sabemos que será difícil, já que haverá grandes times. Porém, no futebol, tudo é possível”, completou o astro do Real Madrid.
A ausência de Cristiano, atleta mais midiático do planeta no momento, seria um forte golpe para as pretensões da Fifa e da Rússia na Copa das Confederações, já que, nas outras seleções, não há nomes que possam “rivalizar” com o do craque português.
A única equipe que possui atletas mais conhecidos mundialmente é o Chile. No entanto, nomes como Alexis Sánchez, do Arsenal, e Arturo Vidal, do Bayern, ainda não confirmaram participação na competição. Outras seleções despertam pouca atenção da mídia e do público, como México, Austrália, Camarões e Nova Zelândia.
- Ingressos encalhados
A prova de que a Copa das Confederações não está criando expectativa na Rússia e no resto do mundo é o pouco interesse dos fãs de futebol em ingressos para o torneio – muito ao contrário da edição de 2013, no Brasil, que teve média de 50.291 torcedores/jogo.
No mês passado, o vice-presidente da Rússia, Vitaly Mutko, que também é presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2018, mostrou-se bastante preocupado.
“Estamos inquietos no que diz respeito à venda de ingressos”, admitiu o cartola.

“200 mil ingressos foram vendidos até agora, quando nossas previsões eram de 700 mil. A partir do próximo 19 de abril abriremos bilheterias por todo o país. Confiamos em que a situação melhore”, completou Mutko.
A última atualização diz que 300 mil dos 695 mil bilhetes disponibilizados foram comprados a um mês do início da competição. O único jogo esgotado até agora é Rússia x Portugal, em 21 de junho, em Moscou.
A maioria dos tickets até agora foi destinada ao público local, que pode comprar na moeda russa e, portanto, recebe desconto em relação aos estrangeiros. Para o setor 4, o mais barato dos estádios padrão Fifa, um ticket sai por acessíveis 960 rublos (R$ 52,37).
Os únicos torcedores estrangeiros que demonstraram algum interesse em ir à Copa das Confederações foram os chilenos, responsáveis por comprarem pouco mais de 7 mil entradas. Para gringos, o valor mais barato é de US$ 70 (R$ 217,52) no setor 4