Com 52 gols em 79 jogos pela seleção brasileira, Neymar tem média inferior a Romário, Zico e Pelé. Entre os cinco maiores artilheiros com a amarelinha, o craque do PSG só tem média superior a Ronaldo Fenômeno. Ainda assim, Neymar caminha para em breve ultrapassar Romário, e nesse ritmo, superar também Zico e Ronaldo. A estatística aponta que daqui a seis anos ele deve ultrapassar Pelé como maior artilheiro da Seleção. (clique no vídeo e veja a reportagem de Tino Marcos)
Usando os critérios da CBF, que incluem gols marcados contra times e combinados e não apenas contra seleções, os cinco maiores artilheiros do Brasil são Pelé (95 gols com média de 0,84 gols por jogo ), Ronaldo (67 gols/média de 0,64 por jogo), Zico (66 gols com média de 0,75 gols por jogo), Romário (56 gols com média de 0,75 gols por jogo) e Neymar (52 gols/média de 0,64 por jogo).
As armas de Neymar para alcançar o primeiro lugar desta lista são: baixa concorrência, início precoce com a amarelinha, poucas lesões, longevidade e muitos jogos de seleções nos dias de hoje
Neymar, Fuenzalida, Brasil x Chile (Foto: Marcos Ribolli)
A primeira razão é a baixa concorrência. Quando Romário surgiu, por exemplo, o Brasil tinha Careca como dono da posição. Convivendo ainda com problemas físicos e disciplinares, Romário só virou titular absoluto depois do jogo contra o Uruguai, nas Eliminatórias de 93, já aos 27 anos. Neymar nunca teve concorrência à altura na Seleção, desde os 18 anos sempre foi absoluto. Em 79 jogos, jamais sentou no banco de reservas. E não é exagero dizer: o time gira em torno dele, a maior estrela.
Romário e Ronaldo (Foto: Editoria de arte)
A segunda razão é o início precoce. O primeiro gol de Neymar saiu aos 18 anos e meio. Zico e Romário só fizeram o primeiro depois dos 21. Hoje, aos 25 anos, Neymar já marcou mais que todos os concorrentes na mesma idade. Todos, exceto Pelé.
Zico – Candidatura Fifa (Foto: Reprodução/ Facebook)
A terceira razão é a condição física e as poucas lesões. Romário e Zico conviveram com muitas contusões.E Ronaldo, esse sofreu mais do que qualquer outro. Entre outubro de 99 e março de 2002 o Fenômeno não jogou pela Seleção. Perdeu dois anos e meio, quando poderia estar no auge, por graves lesões no joelho. Exceto pela contusão na Copa, que o tirou de apenas dois jogos, Neymar nunca teve problemas físicos. Por tudo isso, é bem provável que Neymar ultrapasse, além de Romário, também Zico e Ronaldo.
Bandeira de Pelé no meio da torcida brasileira na Arena Palmeiras (Foto: EFE/Sebastião Moreira)
Mito do futebol, Pelé não é só disparadamente o maior artilheiro da seleção com 95 gols. Ele tem também a melhor média entre os cinco com folga. Foi o mais precoce de todos, ao marcar pela primeira vez pelo Brasil aos 16 anos. E é o mais vitorioso também. Na idade de Neymar, Pelé já tinha vencido duas Copas.
Mas Neymar tem uma arma para superar o Rei e esta é a quarta razão a longevidade. Pelé é alcançável principalmente porque parou com apenas 31 anos na Seleção. A Seleção também jogava menos vezes no tempo dele. Uma média de oito jogos por ano, contra os onze na atualidade.
Neymar precisa então de mais 44 gols para ultrapassar o Rei. Ou seja, se mantiver os índices de jogos e gols pela Seleção, atingirá o topo daqui a seis anos, aos 31 anos. É possível, mas não quer dizer que seja simples seguir com a mesma altíssima performance por tanto tempo. Neymar ainda tem uma longa estrada até lá. Mas só o fato de um dia poder alcançar a posição de Pelé já mostra o tamanho que conquistou na história da Seleção.